Como vão as mulheres ultrapassar as desigualdades acentuadas pela pandemia?
As consequências socioeconómicas da pandemia de COVID-19 poderão desencadear impactos duradouros nas questões de igualdade de género, ameaçando simultaneamente os progressos já alcançados e empurrando potencialmente mais 47 milhões de mulheres e raparigas para baixo do limiar da pobreza em todo o mundo.
As mulheres continuam a assumir de maneira invisível a maioria dos cuidados diários para cuidar da casa, de crianças e familiares, muitas vezes acumulando funções não remuneradas para além do horário laboral, e estiveram predominantemente na linha da frente contra a COVID-19. A pandemia trouxe uma sobrecarga desigual de trabalho e simultaneamente um aumento da insegurança laboral para as mulheres:
- Dos 49 milhões de cuidadores de saúde na UE que se viram mais expostos ao vírus, cerca de 76% são mulheres.
- As mulheres estão sobre-representadas em serviços essenciais que vão desde as vendas ao público aos locais de acolhimento de crianças, que permaneceram abertos durante a pandemia. Na UE, as mulheres representam 82% de todos os empregados de caixas de supermercados e 95% dos trabalhadores nas áreas da limpeza doméstica e da ajuda ao domicílio.
- As mulheres representam 84% dos trabalhadores ativos entre os 15 e os 64 anos no setor dos serviços, setor este que inclui as áreas mais atingidas pela pandemia e onde elas estão mais vulneráveis ao risco de perda de postos de trabalho.
- A quarentena também impactou setores económicos tradicionalmente ‘mais femininos’, incluindo funções domésticas, de enfermagem e de secretariado.
- Mais de 30% das mulheres na UE trabalham a tempo parcial e ocupam uma grande parte dos empregos na economia informal, que costumam caraterizar-se pela ausência de certos direitos laborais, de proteção social e de saúde, assim como de outros benefícios fundamentais.
- Elas estão igualmente muito mais propensas a pedir para faltar ou determinadas licenças para cuidar de crianças e de familiares, sendo que durante os períodos de confinamento muitas de entre elas se viram obrigadas a combinar teletrabalho e cuidados infantis.
No próximo dia 4 de Março, às 10h30, antecipamos a celebração do Dia Internacional da Mulher, para debater estas questões e qual o papel do Parlamento Europeu neste cenário, com as eurodeputadas Maria Manuel Leitão Marques (PS – S&D), Maria da Graça Carvalho (PSD – PPE), Marisa Matias (BE – GUE/NGL) e Sandra Pereira (PCP – GUE/NGL), num debate moderado pela jornalista Sara Melo Rocha, da CNN Portugal.
Acompanhe este debate online com eurodeputados no site do nosso estúdio virtual e no Facebook do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal.
Pode também enviar as suas questões por escrito ou por vídeo até dia 2 de março para: filipa.lopes@europarl.europa.eu
Mais informação:
Dia Internacional da Mulher no PE
Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, o Parlamento Europeu presta homenagem às mulheres que trabalham na linha da frente e a todas as que foram afetadas pela pandemia.
https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/priorities/dia-internacional-da-mulher-2021
Compreender o impacto da COVID-19 para as mulheres
Descobre de que forma a pandemia aumentou as disparidades de género na União Europeia, através das nossas infografias.
Marcos da luta pelos direitos das mulheres na UE
O longo caminho percorrido pela UE em prol da igualdade de direitos para as mulheres pode ver-se ameaçado pela pandemia. Reveja alguns marcos já alcançados.
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